O Brasil realizará seu primeiro leilão de energia eólica offshore em outubro, anunciou nesta terça-feira (4) um representante do Ministério do Meio Ambiente, que afirma que o país tem um potencial “inacreditável” para esta energia verde em crescimento.
O governo federal criou um grupo de trabalho cuja missão é definir as regras e normas para as empresas interessadas em instalar parques eólicos offshore no Brasil, e a primeira licitação poderia acontecer já em setembro ou outubro, declarou à AFP Marcelo Freire, Secretário-Adjunto de Clima e Relações Internacionais do ministério.
O Brasil reivindica um potencial enorme como produtor de energia eólica offshore devido ao imenso litoral do país -de mais de 7.000 km-, ventos constantes e águas relativamente pouco profundas.
Considerando apenas “as áreas de maior viabilidade”, o Brasil tem uma capacidade de cerca de 700 gigawatts, de acordo com o Ministério do Meio Ambiente, quatro vezes a produção total do país e quase 20 vezes a energia eólica offshore produzida atualmente no mundo.
“O Brasil tem um potencial inacreditável para ser um grande exportador de energia verde para o mundo”, declarou Freire.
O plano de lançar o leilão, anunciado pouco depois de um decreto presidencial que regula a geração de energia eólica offshore no Brasil, atraiu a atenção de grandes empresas internacionais de energia, segundo o governo.
O leilão seria realizado pouco antes da eleição presidencial, na qual o presidente Jair Bolsonaro buscará um segundo mandato, provavelmente contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, favorito segundo as pesquisas.
Bolsonaro foi criticado internacionalmente por sua gestão do meio ambiente e pelo aumento do desmatamento na Amazônia desde que chegou ao poder em 2019.
Freire, porém, que durante a visita à Europa fez uma escala na Dinamarca para promover a agenda ambiental brasileira, desafiou os críticos a manter uma mente aberta.
“Independentemente da simpatia da pessoa ou não pelo governo atual, o Brasil tomou uma decisão de um caminho de crescimento verde, que é uma decisão sem volta”, garantiu.