Espírito Santo lança atlas para entrar na rota das eólicas offshore

Com potencial estimado em 142 mil GW para eólica offshore e 18,3 mil GW onshore, o ES quer se inserir na rota de investimentos internacionais para geração renovável

Com potencial estimado em 142 mil gigawatts (GW) para eólica offshore e 18,3 mil GW onshore, o Espírito Santo quer se inserir na rota de investimentos internacionais para geração de energia renovável na costa brasileira.

Nesta sexta (26/8), o governo estadual lançou junto com a federação da indústria Findes uma plataforma online com o mapeamento do potencial eólico do estado. O atlas é resultado da cooperação com o governo da Alemanha, que está de olho na tecnologia para desenvolver uma economia do hidrogênio.

O estudo faz uma revisão de um levantamento de 2009, que identificou à época um potencial de 4,7 GW.

“Esse potencial [142 mil GW] surpreendeu até os mais otimistas pesquisadores da área. O Espírito Santo, com esse dado, se coloca de vez na rota dos principais cenários de exploração de energia eólica do Brasil”, disse Ricardo Pessanha, secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico do ES (Sectides).

A energia mapeada seria suficiente para atender metade do consumo anual do Brasil.

“É óbvio que isso depende de uma exploração plena, o que é muito difícil de acontecer. Mas nos dá a dimensão do potencial que o Espírito Santo tem”, completou.

A experiência do estado com o óleo e gás é vista como um fator de vantagem, dada a expertise com a exploração offshore.

É o que tem acontecido em outras partes do mundo. O Reino Unido, por exemplo, aproveitou sua experiência em exploração de petróleo no mar e hoje é líder mundial em energia eólica offshore — com 10,5 GW em operação e um pipeline de projetos que pode levar a 76 GW adicionais.

No Mar do Norte europeu, Alemanha, Holanda, Bélgica e Dinamarca planejam instalar pelo menos 65 GW de capacidade eólica até 2030 e 150 GW até 2050.

No Brasil, falta regulação, mas a iniciativa privada já soma mais de 169,4 GW em 66 projetos com pedidos de licenciamento no Ibama. A maior parte deles no Rio Grande do Sul (56,7 GW em 20 parques) e no Ceará (48,4 GW em 18 empreendimentos).

O Espírito Santo, até agora, não conseguiu atrair muita atenção. De acordo com dados de agosto do Ibama, o estado tem quatro projetos com pedido de licenciamento, no total aproximado de 5,7 GW.

São projetos da Votu Winds (1,4 GW), Geradora Eólica Brigadeiro II (495 MW), Bluefloat Energy (1,2 GW) e Shell (2,5 GW).

Para Rachel Freixo, subsecretária da Sectides, é preciso um programa de Estado, financiamento, pesquisa e incentivos tributários.

“Existem algumas ferramentas para que esses projetos aconteçam, que vão desde financiamento à renovação tecnológica”, diz.

“O Brasil ainda é muito tímido quando se fala em eólica offshore. Acabamos de ter um marco regulatório aprovado no Senado e há todo um caminho a ser desenvolvido (…). Um Plano Nacional de Hidrogênio pouco divulgado, porque ainda não virou uma pauta federal, mas os estados têm se organizado”.

Na avaliação da subsecretária, o recém lançado pacote de incentivo às renováveis dos EUA desmistifica o discurso contra subsídios para novas energias.

Neste ponto, Rachel afirma que o Espírito Santo, com incentivos tributários para importação de equipamentos e exportação de energia, se posiciona estrategicamente para atrair investimentos privados.

Clique aqui para acessar o atlas.

Fonte: https://epbr.com.br/espirito-santo-lanca-atlas-para-entrar-na-rota-das-eolicas-offshore/