A estimativa é que as obras de construção da usina Mendubim (531 MW) gerem 1,2 mil empregos diretos e indiretos
RIO — Equinor, Scatec e Hydro Rein fecharam um contrato para fornecimento de 60% da energia que será produzida pelo projeto solar Mendubim (531 MW), no Rio Grande do Norte, para a Alunorte, refinaria de alumina em Barcarena (PA). O projeto vai demandar US＄ 430 milhões em investimentos.
Os 40% restantes da energia que será produzida em Mendubim será vendido no mercado livre de energia.
A estimativa é que as obras de construção gerem 1,2 mil empregos diretos e indiretos ao longo do período, com prioridade para contratação de mão de obra local.
Os parceiros estão agora iniciando a compra dos principais equipamentos e atividades para início da construção no local.
A Scatec será responsável pela operação e manutenção da usina, bem como serviços de Gestão de Ativos para as usinas, juntamente com parceiros.
“Este investimento é um marco importante para cumprir nossa estratégia e fortalecer nossa posição em um importante mercado de crescimento de energia renovável com parceiros fortes, incluindo Equinor e Hydro Rein. Espera-se que o mercado de energia solar no Brasil acelere ainda mais e estamos satisfeitos em avançar com este projeto que produzirá energia equivalente o consumo de 620 mil residências no Brasil”, diz o CEO da Scatec, Terje Pilskog.
Sócias no Ceará
Mendubim é o segundo projeto da Scatec e Equinor no Brasil. As empresas já são sócias na usina solar fotovoltaica Apodi, de 162 MW, instalada no município de Quixeré, no Ceará.
O projeto, que é o primeiro investimento em energia solar da Equinor no mundo, vai fornece energia para cerca de 160 mil residências. As duas empresas também acordaram uma cooperação exclusiva para desenvolver, em conjunto, futuros projetos de energia solar no Brasil.
Produtoras de óleo e gás em renováveis
E não é só a Equinor que está apostando em renováveis no Brasil. Em março, a portuguesa Galp fechou acordos com a SER Energia e Casa dos Ventos para aquisição de 4,8 GW em novos projetos de energias renováveis no Brasil. A carteira de ativos, em fase de desenvolvimento, permitirá à empresa mais que dobrar seu portfólio global de renováveis.
A transação marcou a expansão da companhia rumo ao mercado de energia eólica do Brasil. Até então, a petroleira portuguesa possuía apenas projetos de energia solar fotovoltaica no país.
A Lightsource bp, joint venture por meio da qual a petroleira britânica investe em geração centralizada de energia solar, está de olho em oportunidades de aquisição de novos projetos no Brasil. O objetivo é acelerar o crescimento da companhia no país.
A empresa tem hoje uma carteira de 4 GW pico de projetos em fase de desenvolvimento no mercado brasileiro e está construindo a sua primeira planta de geração no país: Milagres (210 MWp), em Abaiara (CE), previsto para entrar em operação no início de 2024.
A Shell Energy Brasil, subsidiária da Shell focada em opções renováveis e sustentáveis de energia, assinou um protocolo de intenções com o governo de Minas Gerais para investimento de aproximadamente R$ 7 bilhões em energia solar.
Em fevereiro deste ano, a Shell também anunciou uma joint venture em Minas Gerais, em parceria com a Gerdau. Na época, o acordo ainda dependia de aprovação das autoridades regulatória e concorrencial brasileira. A operação foi aprovada pelo Cade na última semana.